segunda-feira, 27 de setembro de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
dois meses sem a nona
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
sábado, 7 de agosto de 2010
Natimorto
“Fincamos ali, naquele mar dourado de dia recém-nascido, o punhal que matava nossas solidões. No mesmo local em que, tempos depois, o arrancarias para cravá-lo a golpe seco em algum lugar entre meu átrio e a mitral.
Chorei.
Não pela distância… Por você. Porque dali em diante morrerias. Cada mínima parte do que foste. Cada fragmento do que nossos dias inspiraram a construir. Vida da minha vida, morrendo em ti e em mim. Luto em eco. Pois, em consonância, uma parte minha também falecia. Murchando a cada dia; através do tempo que passava, amputando cada inútil viva parte de mim. Despedaçada; marcada na carne já não tão viva…”
terça-feira, 15 de junho de 2010
A coragem do amor que dura
“Quando amo, consigo olhar o mundo
por duas janelas que não se confundem,
a minha e a do ser amado”
Prolongando minhas observações da semana passada sobre “Quincas Berro d’Água”, vários leitores e leitoras observaram que a literatura e o cinema, em geral, glorificam a coragem de quem, um belo dia, chuta o balde e vai embora.
E como ficam os que passam a vida inteira deslocando o balde para estancar as goteiras? Será que eles são todos covardes e acomodados?
Depois disso, gostamos de imaginar que “eles viveram felizes para sempre”, mas sem entrar em detalhes que poderiam transformar a história numa farsa.
Há momentos difíceis, sacrifícios e durezas, mas, curiosamente, o relato não chega nunca a ser triste porque se trata de uma extraordinária história de amor.
terça-feira, 13 de abril de 2010
dos golpes da vida
O mesmo vermelho que encantou pela primeira vez. Infinitas vezes me encantaria. Apesar da gente, ainda reconheço o olhar.
sexta-feira, 26 de março de 2010
inacabado
domingo, 8 de março de 2009
Entre uma palavra e outra, uma nota musical!
Hoje ofereço a vocês uma dose de Cartola. Vale a pena!
Em som:
E em palavras:
Eu fiz isso aqui.