sábado, 7 de agosto de 2010

Natimorto


“Fincamos ali, naquele mar dourado de dia recém-nascido, o punhal que matava nossas solidões. No mesmo local em que, tempos depois, o arrancarias para cravá-lo a golpe seco em algum lugar entre meu átrio e a mitral.

Chorei.

Não pela distância… Por você. Porque dali em diante morrerias. Cada mínima parte do que foste. Cada fragmento do que nossos dias inspiraram a construir. Vida da minha vida, morrendo em ti e em mim. Luto em eco. Pois, em consonância, uma parte minha também falecia. Murchando a cada dia; através do tempo que passava, amputando cada inútil viva parte de mim. Despedaçada; marcada na carne já não tão viva…”

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